as mesmas músicas que há uma semana me faziam sorrir como quem canta aos passarinhos, balbuciando refrões ao caminhar pelas calçadas transbordando em felicidade, hoje me acompanham como o cortejo de um funeral. com a mesma intensidade que a alegria me invadiu há tão poucos dias, a tristeza tomou seu lugar, trazendo junto uma inquietação insone. amor se assemelha muito a uma possessão demoníaca (e será que não é?). do jeito que intranquiliza e devora a alma, do jeito que arrebata a lucidez e deixa a razão em frangalhos, bem que não se distancia muito de uma artimanha do diabo. deixo os dias seguirem seu curso, para voltar a cair na inércia de um sono sem pecados ou, a melhor alternativa, para me dar o direito de transgredir sem culpa. é o que me resta.
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